sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A qualificação conduz à ética


 Códigos de ética são criados para que uma classe profissional reconhecida possa atuar de forma isenta e livre seguindo os princípios que cabem a sua categoria e defendendo os direitos que lhe são dados.
O problema da falta de ética não acaba apenas na formação de um código  cabível aos preceitos profissionais. Há também de se considerar que é necessário a formação de profissionais capazes de atuar de forma isenta. Isso vale muito mais quando se trata de uma profissão que trabalha com a verdade, com o caráter público, a livre expressão e principalmente com fatos reais, que envolvem pessoas, e seus interesse, como o Jornalismo. 
Certamente, se existe hoje o compromisso jornalístico com o público e a com a verdade, isso não se iniciou a partir da homologação de um código deontológico. É necessário mais:  é necessário compreender os príncipios profissionais, estudar seus meandros, formas e teorias. Discutir aquilo que é duvidoso.  Falta ainda  qualificação e valorização da formação profissional.
Como exigir de profissionais sem qualificação o conhecimento ético? E como pedir jornalistas qualificados que atuem de forma ética se não há  nada que os ampare de forma sólida? 
Talvez, a partir da garantia de uma classe de jornalistas por formação,  com salário digno e boas condições de trabalho poderemos garantir uma atuação mais ética e responsável. 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sra. Presidenta

A Presidenta da República Dilma Roussef está fazendo coisas que me agradam muito, lá pelo Congresso.

Primeiro ela deciciu que ninguém mais usa os jatinhos da FAB para viajar pra casa no fim de semana, e se as desculpas eram que haviam reuniões nas sextas e segundas-feiras em outras cidades, ela já deu um jeito: marca suas reuniões nas sexta-feiras pela tarde e nas segundas pela manhã.  Ótimo. Para Dilma (como pra nós mortais) segunda e sexta também é dia de trabalho.  Também resolveu ampliar a concorrência e aumentar o prazo para compra de novos aviões. 

 Dilma determinou, também,  a criação de comitês de proteção a crianças e adolescentes em situação de emergência, depois das chuvas no Rio de Janeiro.  

E é sob sua liderança que o Governo da República resolveu voltar a diálogar com os sindicatos. A primeira reunião entre o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, e seis centrais sindicais que irá
discutir o aumento do salário mínimo acontece nesta quarta (26).

 Outra coisa que me deixou muito feliz foi ela ter cobrado pessoalmente de seu Ministro da Educação, Fernando Haddad, a resolução dos problemas recorrentes na organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em reunião extraordinária na última sexta-feira.

Gostaria de poder dizer pessoalmente a ela:

Senhora Presidenta,
venho através desta dizer que, vendo teus atos durante esse início de Governo, minha conclusão é simples:  tô começando a botar fé que meu voto no segundo turno valeu a pena.






sábado, 22 de janeiro de 2011

MENORIDADE PENAL É CRIME


          Estava lendo um artigo sobre a redução da maioridade penal em uma renomada revista de circulação nacional, de extrema direita, que não agrada em nada meu senso crítico e político. Os argumentos da autora para mim soaram infâmes. Ao dizer que crianças que nunca tiveram referências de certo e errado, que nunca tiveram educação e limites, e que estão à margem da sociedade, matam porque são psicopatas, a escritora me deixou in-dig-na-da. Mais idiota ainda, da parte dela, foi defender  que é impossível recuperar uma criança infratora. A autora ainda dá entender que ao invés de dar educação e prevenir essa situação, o governo deveria ter formas mais drásticas de punir os crimes cometidos por crianças. 

           Acredito que o governo é responsável por evitar esses crimes e, se não consegue agir de tal forma, deve,  no mínimo, tentar recuperar o tempo perdido ajudando esse jovens a voltar a convivência social - se é que eles já tiveram isso. Dê a essa crianças a oportunidade de brincar ao invés de trabalhar. Dê a elas carinho, ao invés da imagem de pessoas mortas em seu quintal. Dê a elas uma vizinhança comum, feliz, amigável, segura, em lugar de uma boca de fumo. Dê bolas de futebol ao invés de armas e veremos alguns bons resultados. Projetos  sociais desenvolvidos dentro de favelas que promovem a conscientização de que não, não é normal matar e roubar, que não é normal ser aviãozinho do tráfico, tem dado resultados incríveis  e provam que a oportunidade faz a diferença. 

A diminuição da maioridade penal é um crime contra a própria infância. Se o Estado não é capaz de criar políticas de prevenção à criminalidade infanto-juvenil também não será capaz de coibir os crimes cometidos por meio da simples privação de  liberdade.

Mohammed Abed /AFP
Já é provado que o número de detentos de um país não reduz o número de crimes cometidos pela sua população. Pelo contrário, a maioria dos que saem da prisão retornam à criminalidade. A história não seria diferente com adolescentes e jovens. Exemplo disso são os centros de detenção infantil em que são amontoados inúmeras crianças e adolescentes, sem nenhum tipo de assistência, que em mais de 80% dos casos voltam a cometer infrações quando libertos. 



Reduzir a maioridade não aumentaria em nada o medo de cometer crimes. O que poderia, sim, dar resultados efetivos é criar espaços educativos que amparem de forma consistente esses menores. Colocar crianças e adolescentes atrás das grades é dar-lhes como pena muito mais que a simples privação de liberdade, significa tirar o direito que eles têm (e muitos, no Brasil, não exercem) à educação, a convivência social, ao lazer e socialização e  à uma chance de ressocialização.

A maioria dos que se dizem a favor da redução da idade penal de 18 para 16 anos usam como argumento a responsabilidade imputada ao adolescente ao dar-lhes o direito ao voto. Ocorre que a maioria dos jovens brasileiros prefere não fazê-lo e se abstem do direito por não ter exatamente consciência da importância deste ato. 

E como ficariam, então, os crimes cometidos contra a infância? Muitos deles deixariam de existir, pelo simples fato de, aos 16 anos, um adolescente ser responsável pelos atos que comete e deixar ser cometido. E, se os pais, muitas vezes já omissos, deixarem de se responsabilizar pelos atos de seus filhos, cada vez menos a educação familiar fará algum sentindo e diferença, e cada vez mais crimes e infrações serão cometidos, por menores ainda menores. 

  Qual a solução, então?  Com certeza não é excluir definitivamente a idade penal  e -  a exemplos de países como a Inglaterra -  punir crianças de 3, 5, 12, 15 anos por atos que, na maioria da vezes, são levados a cometer justamente porque o Governo que quer lhes punir, não lhes deu outra opção.



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Para ser super-herói não é preciso saber voar

Vou começar esse blog com uma saudação aos bombeiros, policiais, militares, membros da Força Nacional, Defesa Civil e voluntários que estão há dias trabalhando para salvar vidas, nas cidades devastadas do RJ. Parabéns. Vocês mostram o quanto ainda existe humanidade.

Não à toa defendi no meu TCC que as imagens dizem tanto quanto um texto escrito. Não será preciso explicar, então, o título desse post.

Gerson Gonçalo / Terra

Marcos de Paula / Agência Estado

Marcos de Paula / Agência Estado

Valter Campanato / Agência Brasil
 
Valter Campanato / Agência Brasil

Wilton Júnior / Agência Estado