Códigos de ética são criados para que uma classe profissional reconhecida possa atuar de forma isenta e livre seguindo os princípios que cabem a sua categoria e defendendo os direitos que lhe são dados.
O problema da falta de ética não acaba apenas na formação de um código cabível aos preceitos profissionais. Há também de se considerar que é necessário a formação de profissionais capazes de atuar de forma isenta. Isso vale muito mais quando se trata de uma profissão que trabalha com a verdade, com o caráter público, a livre expressão e principalmente com fatos reais, que envolvem pessoas, e seus interesse, como o Jornalismo.
Certamente, se existe hoje o compromisso jornalístico com o público e a com a verdade, isso não se iniciou a partir da homologação de um código deontológico. É necessário mais: é necessário compreender os príncipios profissionais, estudar seus meandros, formas e teorias. Discutir aquilo que é duvidoso. Falta ainda qualificação e valorização da formação profissional.
Como exigir de profissionais sem qualificação o conhecimento ético? E como pedir jornalistas qualificados que atuem de forma ética se não há nada que os ampare de forma sólida?
Talvez, a partir da garantia de uma classe de jornalistas por formação, com salário digno e boas condições de trabalho poderemos garantir uma atuação mais ética e responsável.